poesia para massas

massa: corpos emaranhados numa aglutinação metafísica do coito subterrâneo sobre a representação . volte sempre um schopenhauer dissimulado – massas ! deixei minha cabeça pra voar à vontade desde pequeno. os homens invisíveis. CARA. eles gostaram da trama PORQUE? alquimia iluminação na arena minha cabeça me via da arquibancada torcendo pro que mesmo ? sei lá faço a mínima idéia! uma: fresta na janela vejo um guindaste laranja ao alto voando um pombo em outro plano reflexo do vidro no azul do céu de barcelona . praia de barceloneta onde na areia se esconde fragmentos de cores gastas. onde o jovem buñuel suspirou com uma baguete na mão. onde dali se auto empalou numa insônia distante. onde muitos amantes se repartiram ao meio escondidos nas sombras da madrugada no verão escaldante de temporadas antigas & sem limites. o mar mediterrâneo tem uma cor especial uma veia larga de azeite & sal uma salada de rotas & costas arqueadas daqui até meus cálculos perdidos. carboidrato: homem massa servil & santo. massas prestes acesas tragadas até virar cinza. massas libertinas de pernas withmianas crescem como relvas selvagens - na real - massa simulacra! sim no fim trago começo escrevo da linha desde início final para estourar galáxias em cada letra. se realmente apetece viva toda segurança de não entender leia de forma cega palavras vida própria massas despertas labor todo dia ainda sem sol - não queira saber porque por favor falso somente leia sem se perguntar que loucura é essa pergunte louco eu primeiro - pra teu fim . o que te precede me antecede. antes precede teus pais antecedendo os pais deles massas homens carnes jogadas em covas coletivas nos precedem pela historia tipo plataforma política. de qualquer forma o indivíduo já nasce derrotado pelo coletivo - o coletivo de deuses sugere morte. somos seres frágeis que a todo momento fingem enganar deus & o mundo - o mundo segue & vive transformando - se momento a momento resistindo para nosso ritual. tenho meus totens minha maravilha manifesta. acredito na palavra assim como na morte mas só por causa da poesia deixei meu orgulho de lado em favor da dignidade. vou chegar a um ponto mesmo sem ninguém (eu também) saber do que estou tratando serei morto cortando eras de vontades premeditadas falsas vontades abstratas nas telas de cine que se idiotizam pelas esquinas. virtude não se aprende . vontade liberta : pensam que as ações injustas sobem a morada dos deuses. levadas por asas. e que lá. junto de júpiter. ao vê-las. faz justiça aos mortais? mas o próprio céu inteiro. se júpiter escrevesse as faltas dos vivos. não chegaria. o próprio deus não chegaria nem a ler. nem a repartir as punições. não. a justiça. está em qualquer lugar aqui perto. abram apenas os olhos. eurípides brincando enfermo entendido da eternidade sobre o olhar no futuro que é teatro profanado por caracteres cunhados em papéis sujos mau interpetrados com valor distribuído nas bolsas de tóquio são paulo wall street. valoro o que está por cima & por baixo crescendo pra matar a fome. poema na bandeja como prosa nascida de uma horta rupestre como banquete extraído de um palácio repleto de empregados. creio que deveria escrever mais pra fazer com que entenda melhor - mas não. isso aqui é um começo que vira final & eu termino o começo neste fim .poeta : magnetismo do erro . cada verso um despejo em floreio para coroar a falta de exatidão contida quando se mente falando a verdade . vai. diz o que verdade ! diz o que . poeta : magnetismo do erro . cada verso um despejo em floreio para coroar a falta de exatidão contida quando se mente falando a verdade . vai. diz o que verdade ! diz o que . poeta: magnetismo do erro . cada verso um despejo em floreio para coroar a falta de exatidão contida quando se mente falando a verdade . vai. diz o que verdade ! diz o que . md:ma mas mais vazio permanente na barriga de quem ama tanto que prefere a parede sendo porta & olha pela janela revisitada a fonte da saudade fumo um cigarro direção rua do cemitério espetáculo do encontro premeditado em que ato? cálculo intimista perfeito maior até que a juventude. já escrevi demais já cansei a vista já pensei tanto já andei muito - longe de sentir cansaço nunca vai ser o bastante porque tudo continua no instante eterno em que uma voz réquiem dentro da minha mente me fala em húngaro sobre um tio da bulgária que dança musica clássica desde pequeno na época em que seu mundo era vermelho & as cortinas de ferro sem burger king não podiam se perder nos mares de batata frita & coca com gelo. ouvi dizer que em modelos de estado totalitaristas haviam homens ricos & hoje milionários da transilvânia falam & babam a pobreza & violência crescente mas sem desespero porque propaganda & liberdade dissimulada caminham juntas com a sábia república democrática catimbera . o mundo é um hotel sem reservas & com diária cara demais ou então uma fantasia alienante confunde o entendimento rude do mistério que passa voando como um clipe preto branco mudo com cartas na manga latas de solvente . sempre se pode ir mais adiante nas areias dos desertos que jazem em jardins internos das cabeças presas na multidão de meio dia. devem ser felizes os insetos - um escorpião ou escaravelhos de hoje descendem da linhagem real de deuses antigos - existe um escorpião suicida vivo agora perto de alexandria que a 237 sortidas vidas era filho de um faraó obscuro pintado a lata como um cachorro perto de pegar um resfriado na festa de música negra que rola aqui no bairro naufragado de barcelona suja de cocaína nos subúrbios da juventude de cabelos engraçados. vivo sinteticamente escondido entre duas musicas eletrônicas minimalistas . ponte: mosquito grudado na pele aberta dela . diziam que pulou chorando . diziam que estava farta que estava rota diziam que estava doente bipolar de tanta mágoa. diziam que ela sem vida respirava pontos cardeais desnorteados - pulou pra que ? amigas (mas ela nunca teve amigas) diziam foi por egoísmo. um senhor de cavanhaque branco & capote rasgado perguntou se era niilista enquanto tremia de memória . egoísmo?! vibrei em frente aos seus cabelos negros grudados no emplastro vermelho do suicídio voando pouco mais acima das pessoas tarde da noite. dizem que foi por filosofia . pulou a ponte & sua cara foi de encontro com uma carreta de carga desmiolando tudo que poderia ter visto & tinha que ser no instante quando noite faz sem sombra a manhã quando sem luz ou penumbra almas se arrastam nas portas das padarias em espera . suspirei & percebi que gostaria de aproximar mais a vista fui indo proximidade rosto disforme & num macabro lampejo um sorriso da morta foi maior do que qualquer furor - rua: chora asfalto pisado incoerência divinal sem = ou sem + nem - choro & dizem que faz bem pra alma (na real não to nem aí) .dizem que faz faz bem pra saúde : vou descendo uma rua no born skate velho lixa gasta rodinha solta nariz gelado. faz frio ?! pode ser que sim mas tanto faz mesmo (na real não to nem aí pra nada) . estoura dropa & chora ! tema: russo em um bairro tropical de poucas ruas algumas esquinas duas comunidades que se cruzam & uma praia que quer todos em sua onda - onda sempre foi desde criança fazer amizades sem desconfiar da tragédia vital responsável evidente por sufocar & depois deixar a alma se elevar como uma ode inspirada em musas eternizadas pela pedra do leme idealizada no eterno monte hélicon - minha face encostada na areia ouvindo o murmúrio da espuma arrastando novas conchas & moedas antigas. nado até a praia do anel arfando ou pela trilha dos pescadores para ver urca singrando sua distância militar da praia vermelha ou o próprio forte do leme ao lado da escola sempre perto & distante hoje tão perto & distante. vou voando por sobre meus lugares favoritos passando pelos quartos dos meus amigos como vela flamejante - fiquem longe de problemas - polícia - maldade que pune que usurpa tempo destina falta de horizonte clausura o sol de cada dia que o sofrimento possa ver o mar todos os dias e se deixe voar. pedra : portuguesa cheia de ponta na testa aberta ter vários parafusos no osso partido em dois tres lugares placas de platina tiro na carne cova fantasma no meio do mato intocado na favela falta de amor peste frio social se sentir feio mais fraco burro incapaz. amedrontar sem querer. ter paranóia neurose fraquezas ser humano & viver sentindo fome da vida - de mais! pesadelo solitário no seu cubículo de noite nunca arranjar emprego viver de bico sem um puto no bolso nunca arranjar curso na vida dinheiro pro ônibus sujo cheio de baratas dinheiro pra cerveja dinheiro pra festa dinheiro pro pão. pior de tudo pode ser bem pior que isso. preso como algum peso ser preso indesejado ser preso fudido nunca mais ter a possibilidade de um bom sono que seja. ser preso enjaulado na umidade esgoto na fossa sem luz do sol com as moscas. perder liberdade por um crime cometido a revelia um crime anterior a nossa vida um crime que inexiste - crime coletivo histórico (brasil) - crime sofrido ancestral que açoita o desespero .de : veras dia revoltaglobal. www . cat: praça jaume primeiro :el govern contra el poble A BAIX L`ESTAT D`EXCEPIO !A BAIX EL DICTADOR MUSHARRAF ! MUSHARRRRRAF TRONTOLLA A BAIX ! A BAIX! - chefe de diretório dos representantes paquistaneses de barcelona gritando esgoelado pra massa dos locutórios que aplaudia inflamada ou simplesmente olhava pra fachada de algum prédio vestindo túnica & sandália marrom mão pra trás viajando sobre um kebab em poblenou depois daquilo tudo. displicente em sua paciência milenar me olhou mas não entendeu nada - aliat incondicional dels estats units - mas que porra é essa?! ele pensou em urdu quando tentou ler o panfleto sem entender nada de catalão .passei perto ninguém viu nada. ninguém nunca infinitamente VÊ nada quando a luz invade a vista & tudo se reflete no seu sistema nervoso treinado bobo que pede comida dando a patinha que nem cachorro mimado ou uiva & corre de forma lupina altas horas da lua ? iluminada lateral visigoda da esquina ramblas plaça catalunya mossos d'esquadra todos de preto coberto escudo uniforme capacete gigante contra uma massa anarco-furiosa bradando pelas oito horas da noite tambores & bombas junto da bandeira anti fascista tremulando pelo fim de mitos & heróis opressores. foram magros jovens mais de mil vozes arrasaram o limite jogando molotvs pedras quebrando as vidraças da propriedade queimando batendo na policia sim mas respondendo a uma agressão anterior & posterior a juventude. batalha campal sem fim ou principio mas que faz o coração bater de forma pesada forte & parece que inflama a tua energia vital respiração sem algoz para abater uma poesia ou uma visão mesmo que a gente realmente não veja nada - ninguém vê nada: infinitamente VÊ nada quando a luz invade a vista . foto: da alma poucas palavras & uma coisa - a sombra é seca . na chuva ou tristeza ela permanece na falta que me faz - ela é igual - sombra seca cortando por onde sigo passos que cada minuto esperam um choque no corpo que mostre pra sombra como é bom se molhar & sim traga o afago que tanto pede mesmo muda a alma. reco : reco na praia perto da paralela de frente pro pico como sempre marcando território debaixo do coqueiro - sombra. sarna de leve no pelo rajado uma feridinha antiga já melhorando & moscas felizes cachorro deitado na areia olhando tranqüilo pensando um pensamento canino do tipo mijar ali do lado ou ratear a sombra de alguma coroa madame que ta marcando perto da barraca da margareth bombando sexta manhã de algum feriado quente perdido no tempo do campo presente pra o beiral jogado sangue areia & bola amarela na hora do auge momento do gol a motinho o verme olhando passa mas nunca para - teve uma vez que o cara da motinho caiu & voou por cima dela & ela caiu em cima dele rolando na areia de noite - lógico não precisa nem falar o quanto vagabundo gritou pra esculachar o PM: UUUAAAAAUUUUU VALEU OTAAAARRIIIIIOOOOO HAHAHAHA VACILAO BUUURRRROOOO AAAHHHH HAHAHA apoteose carburando rindo quase morrendo de tão engraçado o vacilão coçando a cabeça levantando totalmente arrependido de querer se mostrar dando algum tipo de salto arrojado pensando que ia tirar A onda . difícil esquecer foi muito engraçado & com certeza o cão tava por lá meditando como um guru pulguento já sem dentes latido rouco que anda com o ritmo de quem domina as ruas. mina : mora no leblon & vai pra praia no leme ! revolucionária ? que?! invadiu o casamento do filho do césar maia com uns malucos no estilo protesto violento não quer nem saber faz o que quer okupa casas enfrenta a polícia ouvindo caetano?!! SÉRIO SACANAGEM ninguém precisa saber a equação perfeita do calor destes versos & eu não sei o que aconteceu procurei em um sebo onde se consegue encontrar muitos livros sobre magia ciência & convulsão social do exagero pictórico. li nuvens semeadas por sonhos torcidos pela falta de frente de cara dos quintais criativos das pessoas. tssss !! demais isso adorei o processo criativo exatamente esse . vidas outras vidas vidas que não são suas inventar o que não é seu (parei debaixo da marquise amarrei o sapato – chuva) várias pessoas falando o que achavam foi muito tempo em menos de uma hora a mistura de situações onde nada tem a ver com mais que nada . piotr kropotikin: DIZEM QUE QUANDO PEDIMOS A ABOLIÇÃO DO ESTADO E DE TODOS OS SEUS ÓRGÃOS, SONHAMOS COM UMA SOCIEDADE COMPOSTA DE HOMENS MELHORES DO QUE ELES SÃO NA REALIDADE. NÃO, MIL VEZES NÃO ! O QUE PEDIMOS É QUE NÃO SE FAÇAM OS HOMENS PIORES DO QUE ELES SÃO, COM SEMELHANTES INSTITUIÇÕES ! êxtase pulando no telhado quebrando a gênese dançando pedindo átomos para uma grande implosão de luz & que se expandam gestos libertários ! cólera: onde você está agora ? to velejando num revolto redemoinho nos meus cabelos negros de atitude desafiadora : ONDE VOCÊ ESTÁ AGORA ? ! :? : : ?:!?:: ?:..!!!? & nunca se acomode numa bocejada cara. um mago disse que bocejadas vão contra o poder xamãnico do transe celestial dínamo das ruas sôfregas dos olhos opalas onde o vácuo não é fugidio apesar de existirem deuses que brincam com a nossa ignorância. sucata: coleta aleatória - seletiva. sendo nada a sucata pode transvalorar - se verso vazio vazando vistas vastas vermelhas & sobretudo - vazio - o vazio da sucata é repleto de verso vencido passado vivo ali pra sempre. depois no vazio prensado na máquina do milagre da reciclagem imaterial onde leio & cuspo rumino afasto pra perto você ! música: desculpe mas sou rude (charme de maluco) . sou homem decidido & vou viver correndo como um grande comerciante das peles desnudas usando moeda do éter sem importar com o mercado externo que abalou a bolsa de algum tigre asiático em meados de qual década ? tava no sol sem dinheiro vadiando em um dia folgado imaginando como a vida poderia ser na ilusão & sem me importar com o futuro que não fosse o ato do despojo. página 368 ele disse : deus há de perdoar. !!! tudo tem dois gumes, agora tudo tem dois gumes RASKOLNIKOV mais de dois + dois os gumes inúmeros superam a humanidade jazida triste no fundo da minha taça de vinho chileno última bebida da noite de ontem primeiro gole da manhã fria de hoje com o céu maravilhoso cinza desta cidade que é só mais uma cidade suja bela gótica. bebo vinho esquento hak como um ancestral balear marujo de mares desconhecidos porque agora é hora de se pastar pelas gotículas de suor saídas das têmporas selvagens estouradas por machadas da ironia divina. reticências sobre as gosmas boreais.dinheiro: a segunda vez vai ser muito fácil. iliteratura foi pra minha parada uma teia sem tempo atrás ou a frente entende ? tanto pouco sentido dos sentimentos figurados da ciência me fez querer ser literato tropeiro no ressabio com as palavras que nem caboclo do mato. cheque pré mate dois matutos (peão!) de mais um coronel (rei?) do brasil. xadrez você ta em cheque ! universidade do crime no brasil. aqui social primeiro mundo só peão é maioria em todo lugar mas mesmo assim. dois bispos passaram por mim hoje na diagonal perto do passeio de gracia & eu cavalo doido fuzilei os seus olhares profundezas fria dos áridos infernos desses porões onde suplicam almas órfãs. quente é o paraíso com árvores frutíferas & ventres maduros salgados pelas marés mães naturezas perfeitas filhos peles negras sorrisos alvos tudo brilhando fim de tarde passeio na colina afim de pegar uns cajús & ver o por de sol lá do alto sacando a bancada de coral ! na ilha ! tinha um livro em inglês capa dura oscar wilde em alguma prateleira hoje em algum lugar que passei andando mas não me lembro onde pode ter sido & são horas que passo a me questionar se foi em algum desses sonhos logo chego : foi sim ! não importa aonde que horas antes ou depois de alguma outra ocasião foi num sonho mesmo. foi tudo. um sonho com bonequinhos de cartola & ventríloquos loucos que berravam na rua: VERDADE RAPAZ !! ninguém parou pra pensar era verdade sim era mesmo mas o que eu quis pensar foi : AHH só pode ser mentira ! me sentindo vivo.auto representação: assinar vontade negando crises éticas usando orgasmos iluminados pelo suor da criação com jorros cromáticos na tela da irreal idade anterior à produção individual que berra um manuscrito queimado. séculos inimagináveis partos parentes de um dos reis magos que ficou com preguiça de visitar o rebento na manjedoura. rei mago este da peste que sentou pra repousar na sombra no meio da trilha encantada em um vale submerso por sons de cachoeiras diáfanas & seres dançarinos. sentou pra tratar o fumo & meditar um pouco mais observando a natureza. esqueceu de tudo. vontade de solar como sol auto suficiente cantante amigo de sábios que em bando escutam as vozes das musas impressionadas pelo valor impreciso entregue deste carrossel dos homens. amando sendo amados subindo descendo de acordo com a onda migratória de todas as almas - amaciando o tempo agora que estamos vivos eu estou VIVO afirmando que represento familiares em algum ponto longínquo de uma etiópia rural donde pode ter surgido o primeiro sopro de poesia de tato de trabalho. você vivo o suficiente pra ler ou se entregar ao vazio desconhecido gerador de imagens livres cristais das causas & efeitos todos na atividade moldando com a ação um vaso de realidade material sendo vida a cada momento erguida pelo barro cósmico em nossas mãos de criadores não-criaturas . pisei no vaso pré fabricado. só um novo pra ter a forma da vontade! sua percepção - tudo que pode captar sobre matéria - o conhecimento é apenas uma influência CRIE COMO UM IGNORANTE FURIOSO até o mais sutil soneto apaixonado até a mais séria carta de despedida ou o maior gesto de entrega o mais cálido passo pra frente - como um ignorante furioso cheio de amabilidade pressentida cheio de erudição na alma leve - como um ignorante furioso que lembra da sua infância simples respira de olhos fechados qualquer jardim de seus primeiros anos ou qualquer terreno baldio qualquer tarde férias cheias de sexo - carona : volvo velho montado por um inglês hooligan até o osso que entende tudo de carro envenenado. o motorista - cara - piloto maníaco da estrada ativando o turbo sem nem usar a quinta pneu cantando & o carro no estilo banheirão ia como manteiga pela pista: lou 270km !! falava o piloto cria do bairro jamaicano lá de londres dente de ouro na frente do sorriso frenético que deixava gelado qualquer um ali. ele olhava pra minha cara & via alguma centelha lunática querendo velocidade. mais uma risada distante uma passada de mão no rosto & todos rindo do meu primo lou bebendo outra latinha de cerva massa na brasa flipando como um ceasar esquecido de roma na estrada perto de tarragona voando baixo. parada! mais uma parada na estrada entramos num bar local & wes o piloto jamaicano amigo de lou meu primo pede por uma tábua de drinks dizendo que fomos muito fodas por comprar uma garrafa de absinto. meu irmão esse pancado tá de sacanagem na moral - inglês maluco ! dez shots de drinks diferentes coloridos com fluor ou algo assim . dez desses depois & fomos pra estrada de novo curtindo 2PAC destino comunidade valenciana ou TUDO AGORA ! vamo que vamo meu primo quase chorando & eu os dois respirando absinto distante vibrando quando o carro ultrapassava 200 ele ia quase sei lá quase quase & chegamos no fim da festa dia nascendo garrafa de absinto vazia ou quase vazia caldinho de feijão fiquei emocionado com tudo mandei o wes comer salgadinhos brasileiros & o cara se amarrou no frango a passarinho lá pelas seis da manhã tava apertando a mão do sávio samba rolando solto. in:fim não existe como qualquer buraco que existe. de jeito nenhum existe fim. quem sabe de repente antes do começo bem perto dele como dois pontos: o centro deles sejam eles mesmos existindo perto separados ordenados de uma maneira sem sentido nenhum ao vago. in. fim não existe como qualquer lacuna que existe. fim & começo estão de costas pra verdade & postos a disposição aleatória repetitiva mesclada bolo de cartas ou rodadas de dados viciados pela eminência como os giros vulcânicos no centro da terra fazendo a gravidade tremer frente ao calor da massa simulacra sendo ela mesma tendo o mesmo centro da imaterialidade o mesmo centro da fuga das vistas o mesmo centro que desaparece como todo final ou início tido por verdadeiro. isso não existe. não existe como borges existe não existe como o centro do borges existe ou como a poeta ou o centro dela que é meu centro postado da mesma forma incoerente & expulsa o fim o início durante enquanto. cabelos crescem cabelos do borges da poeta meus cabelos crescendo somos relva nos campos regados por chuvas sem fim nem começo por todas elas chuvas de até ontem . futuro de hoje amanhã passado com um meio voador escrito a todo tempo pela máquina cosmogônica maestra da nossa mesma vida.friistailiandu: tava eu & badu lofan o poeta obscuro de papéis amassados riscando o horizonte descendo da fumaça enquanto uma enorme nuvem negra chegou pelo morrão invadindo o vale & o que vimos foi o creme o chantili o chanti cara pode dizer que vimos tudo que era cereja espectral descendo correndo pela trilha gritando com medo do céu desabar nas nossas cabeças & badu gritava fudeu mané corre corre eu respondia corre badu fudeu mané corre corrreee a flor no encalço gritava pelo badu espera meu amor corria ao avistar o brilho da pedrinha de cristal bruto parei peguei umas pedrinhas de cristal bem pequenas & o céu desabou. corre badu corre mané corre que o céu ta desabando a gente de chinelo se cair um raio o chantily desanda ! lofan muito bolado colé meu shock num me faz rir agora não !! pânico no frio da chapada no nosso vale amado correndo livres sem dinheiro com os pés na lama correndo com o corpo quente pensando em conversar mais depois. mas só depois de comer uma pizza apertar um & beber uma cachacinha . uma dose.labirinto: sonhos: assim como passos ..sonho.. assim sem sono taciturno sem sono de viver sonho que pode ser assim sem sono .de passar. sonho que vou contar & de pensar que a pouco tempo já não sonhava tinha deixado minha deriva como uma forca escrava - no abismo - eu. sonho de novo & gosto. esses sonhos. sonhos. que parecem o que vai acontecer sonhos prismas projetados nas paredes velhas da triste rua o sombrio solo embriagado. assim sonho por seguir sonho porque gosto da vida sonho morte porque morrer pra mim agora parece projeto distante sonho com uma presença estóica numa caminhada – eu - agora nesse devaneio solilóquio NESSA EPIFANIA quero mesmo sonhar vendo reflexo brilho dos olhos do encontro estreito poesia do jardim daqui de lá que sabemos ser nosso.barulho: tudo que passa longe do silêncio grita com gosto de AGORA britadeira no corpo riscando toda a costela. comprar briga me parece mais tema fiel me parece lema - falar escrever palavras se perdendo na fossa da esquina & viver é promessa intensa na existência. som de metais de cartago sino fúnebre de mais um homem entregue a dor das temporadas gritos rezas fina fumaça de incenso aos deuses no caudaloso movimento entre margens cheio de pedras vivas alisadas pela água fria doce que corre com calma irrigando ruídos mesmo que leves alquímicos. ruídos. relvas sonoras raízes anucleadas prótons cheios de sentimentos vácuo partido palma da mão suada orelha quente & a vista longe não perdida mas olhando como deve ser - refúgio: inspirar é bem melhor do que fazer parte. própio favorecido envelhece como memória sépia desgastada. fotografia 3x4 presa em uma cortiça superficial - TER TRAJES SEPULTADOS EM CHARLEVILLE AH MISÉRIA!! NÃO!!! possuo em minha alma um espírro cancerígeno letárgico anfíbio vida morte de suicida iluminação! preciso mergulhar mais forte na minha queda sempre. preciso curtir + o lusco fusco . não gosto que gostem por falta de originalidade. não chamo me isolo em uma sombra encontrei abráxas ébrio com meus pés atolados numa vala coberta com pétalas da cor de sangue seco. galhos pequenos partidos em formas de pérolas (thot singrou verbo para jugurta no seu palacete berbere) minha essência no jardim epicurista colhida pelas mãos da musa poeta que possui momentos de palas atena. pedras brindaram nossos reflexos se revelando por sobre um imenso caramanchão filosofal cheios de toques celebrados como matéria livre. panacéia: higiene fecunda como feijão pros enlatados bem verdinho que faça crescer a ponte para sabedoria do simples. composto - emplastros produzidos pele sobre pele causando um efeito de solução tipo bem estar de estar tudo sendo bom como sempre quase nunca acontece. compressa sem pressa alguma dois corpos prensados dispostos livremente nas extremidades da base central que é vontade de rasgar cores com vistas & olhares devolvendo sempre ao mar de uma base superior do manejo desta placa móvel que nos conecta entre a base & ela a placa móvel girando - se como línguas as vezes giram. ou alavancas. é. alavancas sendo certamente pressionadas contra a parte superior - quer dizer a parte superior evidentemente pressionando superando assim toda capacidade dessa tensão ou prensa carnal.ensaio: ser erudito & analfabeto beatífico prostrado diante da tela fria observando hebe bebendo sua cerva segunda feira ? meu eu produto da indústria que se não é laica ou luciferiana deve ou não ser doutrina cultural de porte ultra marino - teia de ressaca embaraçada confusa em um insólito coito imaginário nas barbas destes dias & versos infrutíferos cheios de sinais mau correspondidos devido ao forte odor da interferência astral deste futurismo caduco diante do vale do silício fatalista . adorno meu espírito pessimista diante da lápide benjaminiana em busca de ação. amarga seiva do mercado & sua cascata intermitente retiram minha ordem dos sentidos.