Dia em brahman

Desperto disperso, o dia um dia em brahman é apenas o dia lá o olhar daquele que acorda expande planos de horizonte e quebras de fronteiras de limites o intransponível o nascimento de tudo que virava ou vira as cinzas também dos afetos , também do que é sutil imperceptível também do que é nebuloso ao cristalino o nascimento do que era místico e se tornou evidente e até material um tapa na cara o longo suspiro barulhento de um corpo voluntarioso que acaba de acordar, no que aparece o sol brilha cresce sobe atinge o meio vai pro outro canto numa boa explodindo tinindo uivando de olho no movimento da boca ao lado dos certos de todos os lados que existem se é que são lados ou trajetórias enquanto ele ainda está por aqui , dia esse é o mesmo tipo de dia dos outros tipos de concreto e impalpável imperceptível mas compreensível e que se deixa gastar faz com que valha a pena aconteça o que acontecer nele porque quando ele bate na linha e explode fazendo tudo ficar preparado para sua despedida e as cores e a vida se agitando aos berros os sons do tempo tudo se torna naquele brilho vespertino ao alcance de qualquer dança que se dance de olhos fechados e suor espesso , quando se torna naquela vibração das nuvens douradas onde o momento é exclamação é um coro é um canto uma música onde o que por acaso estiver parado se transforma numa estática ondulante e gira grita fascina até o último suspiro do raio solar ! Vulcões terremotos cataclismos penetrações ondas gigantes de morte e orgasmos de múltiplos renascimentos tiros de flores e queimadas de ervas fragrância de papoulas mágicas nas margens dos rios milenares das joviais montanhas e serras vivas onde tremores são partes dos abalos da dança planetária deste pelotão do universo dos bairros a periferia é o centro pros periféricos é a verdade pros que estão presos e vendados com a mortalha da realidade que de dia em dia quando Brahman está disposto e vulnerável se torna em um ímpeto catalisador da loucura de samadhi onde todos os símbolos vibram para a desavença dos babacas perecidos e falhos e suas matérias primas não farão parte da orbe pronta para a reciclagem ensangüentada do Kosmos que grita chora sem espera sussurra para que comece esse novo dia que enquanto dure seja o dia em Brahman .

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